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Encontro Caminhos: povos de matriz africana, agroecologia e agricultura urbana

 

O Encontro Caminhos – Povos de Matriz Africana, Agroecologia e Agricultura Urbana surgiu com o intuito de reunir pessoas, grupos e povos que plantam e cuidam da terra, das águas e dos seres na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), com o sentido de dialogar sobre a agroecologia, trocar saberes e coisas que a terra dá, partilhar comidas e afetos, comercializar produtos das agriculturas da vida, e celebrar! As atividades ocorreram entre os dias 18 e 26 de junho de 2022, com ações descentralizadas que aconteceram em espaços públicos e em experiências agroecológicas. Os eventos de culminância, com maior dimensão, aconteceram nos dias 25/06 – no Parque Ecológico Roberto Burle Marx (Parque das Águas), no Barreiro; e 26/06 – no Centro de Referência em Segurança Alimentar e Nutricional (CRESAN) – Mercado Popular da Lagoinha.

O Encontro foi organizado pela Rede de Intercâmbio de Tecnologias Alternativas (REDE) em parceria com organizações, grupos, movimentos e terreiros (unidades territoriais tradicionais) que constroem a agroecologia na região metropolitana. A ação tem o apoio da Subsecretaria de Segurança Alimentar e Nutricional de Belo Horizonte (SUSAN) e dos projetos “Sem folha, não tem Orixá: povos de axé, agroecologia e cultura alimentar” – Termo de Fomento nº 904422/2020; “Tecendo Redes: agroecologia e gestão de resíduos na Região Metropolitana de Belo Horizonte” – Termo de Fomento nº 904944/2020; “Água, Agroecologia e Comida” – Termo de Fomento nº 916984/2021, celebrados com o Ministério da Cidadania

O “Seminário: Caminhos alternativos para circulação e comercialização de produtos agroecológicos” aconteceu no dia 20/06/2022, dentro da programação do Encontro. O seminário contou com um conjunto de organizações públicas e privadas, grupos e movimentos que constroem a agroecologia na RMBH, com objetivo de aprofundar o debate e o intercâmbio de experiências sobre a construção social de mercados e a economia popular, a luz de diversas iniciativas de comercialização e empreendedorismo das organizações dos povos de matriz africana e da agricultura urbana e agroecologia. A atividade possibilitou a troca entre coletivos e iniciativas como: CSA ora-pro-nóbis, Rede Lixo Zero, Rede Sisal, Associação Horizontes Agroecológicos, Cadernetas Agroecológicas, Open Food Brasil e Rede de circulação e comercialização do projeto “Sem Folha Não tem Orixá”.

Durante o seminário também ocorreu uma assembleia das/os as/os agricultoras/es que constituem os núcleos do Sistema Participativo de Garantia da RMBH (SPG RMBH) e a formalização do seu Organismo Participativo de Avaliação da Conformidade Orgânica (OPAC), representado pela Associação Horizontes Agroecológicos. O que foi um marco importante para o fortalecimento de sistemas agroalimentares mais justos e acessíveis na RMBH.

 

Seminário: Caminhos alternativos para circulação e comercialização de produtos agroecológicos

 

Outra atividade construída dentro do Encontro Caminhos foi a trilha “Afro-empreendedorismo e confluência agroecológica urbana e familiar”, no dia 18/06/2022, na Unidade Territorial Tradicional  “Nzo Atim Kitalodé”. A ação reuniu as Unidades Territoriais Tradicionais: Casa de Caridade Pai Jacob do Oriente, Ilé Wòpò Olójúkàn, Nzo Atim Kitalodé e Nzo Jindanji Lunda Kioko; representantes de outras UTTs e de organizações dos povos de matriz africana, organizações e grupos formais e informais de agricultoras/es urbanos e familiares da RMBH. Foram realizados diálogos, trocas de experiências e encaminhamentos sobre a Rede de Trocas e Comercialização do “Sem Folha” e as estratégias de fortalecimento das dinâmicas de comercialização na RMBH.

 

Trilha “Afro-empreendedorismo e confluência agroecológica urbana e familiar”

 

No dia 18/06/2022, também dentro da programação do Encontro, foi realizado um mutirão de plantio com mulheres do Jardim das Oliveiras, uma nova horta urbana organizada pelo coletivo de mulheres catadoras de materiais recicláveis no bairro Granja de Freitas, que contou com a colaboração de vários coletivos e grupos.

 

Mutirão de plantio Jardim das Oliveiras

 

Na sequência, o primeiro dia de culminância do “Encontro Caminhos: povos de matriz africana, agroecologia e agricultura urbana”, aconteceu no dia 25/06/2022,  no Parque das Águas – Barreiro. A programação contou com uma instalação artístico-pedagógica coletiva, em que os grupos de agricultura urbana puderam compartilhar sobre suas histórias, ações e resultados. Além de contribuírem com marcos históricos para a formação do Rio do Tempo da agroecologia na RMBH.

A roda de conversa “Agriculturas urbanas: cuidar da terra, das águas e dos seres” promoveu o debate, a troca e o fortalecimento das pautas da agricultura urbana e das relações entre atores e redes que as constroem na RMBH.O encontro também foi embalado pelas apresentações artístico-culturais de música, teatro e brincantes, dos grupos: Bloco Tapa de Mina, Estilismo Casa das Poesias, Céu de Crioula, Coletivo Iabás, Palhaça Enzima e Coco da Gente!

Um Banquete Público Junino foi preparado e fornecido pela COOPERANA – MST/MG (Cooperativa da Agricultura Camponesa da Região Metropolitana de Belo Horizonte) e alimentou as pessoas que participaram do Encontro e que passaram pelo Parque, com alimentos tradicionais das festas juninas, como milho, mandioca, tropeiro e quentão. Também aconteceu a Ciranda das Mulheres, um momento de reconhecimento, acolhimento e afetividade, em parceria com o AUÊ! Estudos em Agricultura Urbana/UFMG, com o Instituto PACS e com a Jinsaba Ervaria.

 

Banquete Público Junino

 

Já o segundo dia de culminância aconteceu no dia 26/06/2022, no Mercado Popular da Lagoinha. Durante o Encontro, aconteceu a “Feira do afroempreendedorismo e da agroecologia”, com alimentos, roupas, acessórios, produtos naturais de higiene, entre outros, fortalecendo a circulação e a comercialização e a conexão entre pessoas. Esse dia também foi marcado pelas confluências Intersetoriais – diálogos entre organizações sociais, poder público e legislativo.

Os grupos artístico culturais: Clã Sambadeiras de Minas, Coral Vozes de Campanhã, Dibantu, Orisamba, Ilú Pupá e Nzo Ji’ndanji Lunda Kioko, trouxeram música, arte, história, movimento e alegria para o Encontro. Encerrando o Encontro Caminhos, foi oferecido o Banquete Público “Axé Põe a Mesa: o ngunzo da comida de terreiro”, feito por quatro unidades territoriais tradicionais de BH: Casa de Caridade Pai Jacob do Oriente, Ilé Wòpò Olójúkàn, Nzo Atim Kitalodé e Nzo Jindanji Lunda Kioko.

E, para cuidar e tratar do lixo gerado pelo Encontro, a Rede Lixo Zero, através da Coopesol Leste e do Spiralixo, atuou a fim de alcançar a máxima recuperação dos resíduos gerados no evento.  Foram 173,1 kg de resíduos recuperados, entre recicláveis secos e orgânicos (94% do que foi gerado), mostrando a importância na integração entre Reciclagem Popular e Agroecologia para a construção de um caminho de transformação! Ao recuperar os resíduos, uma série de externalidades ambientais positivas são percebidas. Gasta-se menos água, energia, e recursos naturais nos processos produtivos. Além disso, menos gases de efeito estufa são gerados

 

Apresentação Orisamba

 

A REDE de Intercâmbio e Tecnologias Alternativas agradece aos grupos, organizações, coletivos e pessoas que construíram coletivamente o “Encontro Caminhos: povos de matriz africana, agroecologia e agricultura urbana”!

 

“Quem dá de comer, também come, 

quem dá de beber, também bebe”