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Conhecendo a Rede Sisal

A Rede Sisal – Circuito de Comercialização Solidária da Agricultura Familiar e Urbana é construída por 90 organizações de agricultoras/es familiares e urbanas/os e beneficiários da reforma agrária que tem atuação em mais de 100 municípios mineiros. Fazem parte da iniciativa cerca de 840 famílias e inúmeros parceiros, como a Rede de Intercâmbio, o Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata (CTA-ZM), a Subsecretaria de Segurança Alimentar e Nutricional da Prefeitura de Belo Horizonte (SUSAN/PBH) e a Cooperativa Camponesa Central de Minas Gerais (CONCENTRA).

A Rede Sisal é atualmente a gestora da CAFA, que é a Central de Abastecimento da Agricultura Familiar e Urbana localizada em Belo Horizonte. A CAFA tem a missão de proporcionar o suporte comercial a essas organizações vinculadas à Rede Sisal, seus produtores e suas comunidades, de forma a ampliar a sua capacidade de acesso a mercados, principalmente na Região Metropolitana de Belo Horizonte, numa perspectiva de rompimento da autossuficiência e individualismo para o fortalecimento da solidariedade e da agroecologia. A CAFA é equipada com infraestrutura como agroindústria, cozinha pedagógica, área de armazenamento de estoque, câmara fria, caminhão e prestação de serviço para auxiliar essas organizações nesse suporte comercial. 

Para conhecer melhor a iniciativa, conversamos com Luísa Ribeiro –  coordenadora da CAFA e da Rede Sisal, pela CONCENTRA, e com Nina Abigail, da Rede Raízes da Mata, Viçosa.

O que é a Rede Sisal e o que é a CAFA?

A Rede Sisal – Circuito de Comercialização Solidária da Agricultura Familiar e Urbana – é construída por agricultoras/es familiares e urbanas/os e beneficiários da reforma agrária que tem atuação em todo território mineiro, a partir das suas organizações. A Cooperativa Camponesa Central de Minas Gerais (CONCENTRA)  tem cooperativas filiadas a ela no território do triângulo mineiro, sul de Minas, Zona da Mata, Metropolitana, Norte de Minas, Alto Paranaíba, Rio Doce, Jequitinhonha e Mucuri. A União das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária de Minas Gerais (UNICAFES) atua na Zona da Mata, Norte de Minas e Metropolitana. A Rede Raízes da Mata atua na Zona da Mata. A Associação Horizontes Agroecológicos, a Associação AMANU e a Articulação Metropolitana de Agricultura Urbana (AMAU) atuam na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O SPG Orgânicos Sul de Minas atua no sul do estado. A Rede Sisal é composta por 90 organizações, localizadas em mais de 100 municípios mineiros, somando mais de 840 famílias, e por inúmeros parceiros, como o Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata (CTA-ZM), a Rede de Intercâmbio, e a Subsecretaria de Segurança Alimentar e Nutricional da Prefeitura de Belo Horizonte (SUSAN).

Como a CAFA e a Rede Sisal podem contribuir com os processos de comercialização da produção da agricultura urbana, da agricultura familiar e da agroecologia em escala metropolitana e estadual?

A CAFA é um importante entreposto, que possibilita a comercialização através dos mercados institucionais e também convencionais, tais como  restaurantes, sacolões, armazéns, e cestas diretas ao consumidor. Sendo assim, tem o potencial de ser realmente um centro de apoio para distribuição e troca de produtos e conseguir drenar boa parte dessa produção. A ideia é otimizar a logística das organizações vinculadas à Rede Sisal, com o caminhão levando produtos para as regionais e trazendo produtos para a região metropolitana. Então, a Rede Sisal surge no sentido de fortalecer e tornar esses alimentos cada vez mais acessíveis à população de Belo Horizonte e demais territórios de Minas. 

Além da comercialização, é uma forma de fomentar a capacitação em agroecologia, trocar experiências sobre logística, armazenamento, cooperativismo, trocar formas de comercialização e de produção desses alimentos, de melhor trazer técnicas e ferramentas para todo esse processo.

A Rede Sisal trabalha em todos âmbitos: na questão ambiental, de uma produção de alimentos saudáveis aliada à preservação do meio ambiente, à questão social, aliada ao cooperativismo, à questão econômica, de ser um produto que paga benefícios e valoriza tanto o agricultor familiar e urbano e seja acessível para as populações, e também no âmbito cultural, de valorização desses alimentos e dessas formas de produção em cada região de Minas Gerais. A CAFA auxilia na logística, diminuindo os  custos dos produtos e integrando produtos culturais em várias regiões do estado. A ideia é também expandir para além do estado e fazer  uma integração da Rede Sisal com empreendimentos da Bahia, São Paulo, do Sul, para ofertar esses alimentos saudáveis a toda a população brasileira.

Como a pandemia impactou o trabalho e o planejamento do equipamento?

No primeiro momento, a intenção era utilizar a CAFA para acessar o PNAE da metropolitana, reunindo a produção das organizações que compõem a Rede Sisal, que já forneciam alimentos para a merenda escolar. Por causa da pandemia, as entregas foram canceladas, então foi necessário  reestruturar nossos objetivos. Vimos  a possibilidade de construir circuitos e rotas de comercialização e abastecimento de produtos, com as próprias redes que compõem a Rede Sisal como consumidoras e pequenas distribuidoras desses produtos. 

Serão comercializadas cestas no segundo semestre de 2020,  através da plataforma Open Food Brasil, com o objetivo de conectar uma demanda de consumo de alimentos saudáveis e acessíveis a uma oferta desses alimentos à população de Belo Horizonte. 

Além das cestas, a Rede Sisal está construindo a campanha “Eu apoio a agricultura familiar e urbana”, com apoio da Rede de Intercâmbio, para comunicar à população sobre a origem do nosso alimento e também sobre a importância de preferência ao consumo dos alimentos da agricultura familiar e urbana.

Tanto a Rede Sisal quanto a CAFA não são restritas a essas organizações. Queremos integrar mais empreendimentos, para fortalecer a agricultura familiar e urbana e os beneficiários da reforma agrária. Estamos de portas abertas para construir essas propostas e fortalecer esses empreendimentos de pequenos agricultores, que é o nosso objetivo comum.